Camila Mosci

Objetivos: Há controvérsias sobre a utilidade da pesquisa de corpo inteiro (PCI) com NaI 123I anteriormente à radioiodoterapia (RIT) em pacientes com carcinoma papilífero de tireóide (CPT) pós- tireoidectomia. As diretrizes da Associacão Americana de Tireóide afirmam que a PCI com NaI 123I pode ser útil antes RIT (Nível de evidência C – opinião de especialistas). Algumas instituições não utilizam a PCI como parte do protocolo. Foi avaliado o valor da PCI realiazada anteriormente à ablação do remanescente tireoideano em pacientes com CPT.
Métodos: Foram analisados os prontuários de 37 pacientes consecutivos com CPT que foram submetidos à tireoidectomia total entre agosto de 2007 e janeiro de 2008 em nossa instituição. O grupo era composto por 23 mulheres e 14 homens, com média de idade 47,4 anos (variação de 13 a 82 anos). Três endocrinologistas analisaram as seguintes variáveis: gênero, idade, anatomopatológico, Tg, AntiTg, TSH e ultrassom cervical. Com base nessas variáveis encontrados, cada médico devolveu um formulário com a dose que cada indivíduo deveria receber, de acordo com a seguinte classificação: 50-75 mCi (remanescente da ablação); 75-125 mCi (metástase linfonodal); 150 (metástase pulmonar) e 200 mCi (metástase óssea). Compararam-se as doses recomendadas pelos endocrinologistas com a dose de NaI 131I administrada aos pacientes após análise a PCI pré-terapia.
Resultados: Em 20 pacientes (54,1%) a dose prescrita pelos endocrinologistas foi concordante com a dose administrada após análise da PCI. Em cinco pacientes (13,5%) a dose sugerida pelos endocrinologistas foi inferior e em dez pacientes (27%) superior à dose prescrita com base na PCI 123I. Houve divergência na dose sugerida pelos três endocrinologistas em dois pacientes (5,4%) e estes não foram incluídos na análise.
Conclusão: O presente estudo sugere papel relevante da PCI NaI 123I pré RIT nos pacientes com CPT encaminhados para ablação pós-tireoidectomia. A dose sugerida de NaI 131I foi diferente daquela administrada após PCI 123I em 40,5% dos casos.