Solange Amorim Nogueira

Introdução: Sabe- se que a angiotomografia é um método eficaz e não invasivo muito eficiente para a detecção de doenças coronarianas, além de proporcionar excelente avaliação dos enxertos coronarianos. A cintilografia de perfusão do miocárdio (CPM) é um método consagrado para avaliação de isquemia que tem se tornado mais sensível com a utilização de gama câmaras dedicadas com detectores de cádmio, zinco e telúrio (CZT) e novos softwares de reconstrução de imagem.
Objetivo: Este estudo visa avaliar a correlação entre os estudos de cintilografia de perfusão miocárdica realizados em gama câmara com detectores de CZT e angiotomografia de coronárias em pacientes com suspeita de doença arterial coronariana.
Materiais e métodos: Estudo retrospectivo realizado no período de Março a Outubro de 2011. Nesse período foram selecionados 173 pacientes submetidos aos exames de CPM na gama câmara Discovery 530C (GE Healthcare) e angiotomografia de coronárias em tomógrafo com 320 detectores, em um período menor ou igual a um mês. Os achados foram tabulados em planilha Excel para comparação. Os resultados do presente estudo foram ainda comparados com trabalho semelhante realizado anteriormente, porém utilizando-se gama câmara convencional.
Resultados: Dos 173 pacientes estudados em 126 casos (73%) os estudos foram concordantes, dos quais 107(83%) sem evidências de isquemia ou lesões coronárias significativas; 19 pacientes (27%) com sinal de redução luminal vista na angiotomografia e presença de isquemia na CPM; Dos 47(27%) pacientes em que os achados dos dois exames não foram concordantes, 42 pacientes (93,3%) apresentavam algum sinal de redução luminal significativa (> 50%) e cintilografia sem a presença de isquemia; e em 5 casos (12%) a angiotomografia estava normal e a CPM demonstrava presença de isquemia discreta (3 estudos) ou moderada (2 estudos).
Conclusão: Os resultados evidenciam a importância da integração entre os métodos, sobretudo na avaliação da repercussão funcional de lesões anatômicas conhecidas. Quanto à comparação entre o estudo atual, realizado em câmara com detectores CZT e o trabalho anterior que utilizou uma câmara de cintilação convencional, observa-se um número significativamente menor de casos considerados falso positivos na cintilografia, provavelmente devido a melhora da qualidade das imagens com o novo equipamento.