Avaliação da estabilidade do reagente liofilizado dmsa por clae

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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Introdução: Ácido dimercaptosuccínico-tecnécio-99m (DMSA-99mTc) é um radiofármaco indicado para obtenção de imagens em medicina nuclear. DMSA-99mTc é preparado pela adição de pertecnetato de sódio (Na 99mTcO4) ao reagente liofilizado (RL) de DMSA. Durante a preparação e/ou armazenamento do RL de DMSA é possível que a presença de impurezas do ativo radiofarmaceutico ou produtos de degradação possa comprometer a qualidade do produto, assim como a imagem cintilográfica e o diagnóstico clínico. Algumas técnicas analíticas têm sido introduzidas na análise de ativos radiofarmacêuticos e RL visando à pesquisa de impurezas e produtos de degradação, destacando-se a cromatografia líquida de alta eficiência com detector de arranjo de fotodiodos (CLAE).

Objetivo: Avaliar a estabilidade do ativo DMSA e do RL de DMSA em condições forçadas de degradação (ácida, alcalina, oxidativa e fotodegradação) por CLAE.

Materiais e Método: As amostras de DMSA (ativo) e RL de DMSA foram obtidas da Sigma e do IPEN-CNEN/SP, respectivamente. Os demais reagentes foram adquiridos da Merck (Alemanha). Sistema Elix 10 da Merck-Millipore foi utilizado para obtenção de água purificada. Todas as amostras foram dissolvidas em água na concentração de 1 mg mL-1. A avaliação da degradação ácida e alcalina foi realizada dissolvendo as amostras em ácido clorídrico 1 mol L-1 ou hidróxido de sódio 1 mol L-1, respectivamente. Peróxido de hidrogênio 0,1% foi utilizado para avaliar as condições oxidativas. O estudo fotolítico foi realizado submetendo a amostra à radiação ultravioleta a intensidade de 1,38 W m-2. Câmara de estabilidade Weiss (Alemanha) foi utilizada para controle de temperatura e umidade (25 °C e 75%UR, respectivamente). As análises foram realizadas utilizando sistema LC 20AT Prominence da Shimadzu (Japão) e coluna Shim-Pack VP-ODS (150 mm x 4,6 mm d.i., 5 μm). Alíquotas de 20 μL das amostras em fase móvel constituída por 0,1% de ácido fórmico (A) e acetonitrila (B) (gradiente 5-60% de B, 12 minutos). foram injetadas com fluxo de 1,0 mL min-1.

Resultados e Discussão: A degradação ácida em HCl por 60 minutos resultou na perda de 17% do DMSA (tempo de retenção 5,6 minutos) e aumento da intensidade de absorbância do produto de degradação em 22% (tempo de retenção 9,8 minutos). A degradação alcalina resultou em 13% de degradação do DMSA e o aparecimento de produto de degradação mais hidrofílico em 4,1 minutos. O DMSA mostrou-se instável na presença de peróxido de hidrogênio. Neste estudo foi verificado que uma solução 0,1% de peróxido de hidrogênio por 60 minutos foi suficiente para degradar 12% da concentração inicial, resultando em produtos de degradação mais hidrofóbicos que os observados na degradação ácida e alcalina. Os estudos de fotoestabilidade mostraram que no estado sólido, tanto o ativo DMSA quanto o RL são estáveis à radiação UV por 24 horas, enquanto que em solução ambos exibiram significante degradação (78 %) no mesmo tempo de exposição à luz UV.

Conclusões: Os resultados demonstraram a sensibilidade do DMSA nas condições forçadas de degradação, havendo redução significativa do teor tanto no ativo isolado quanto no ativo no RL de DMSA e formação de produtos de degradação.