Renato Ramos Barra

INTRODUÇÃO: A incidência do linfoma de Hodgkin é aumentada em pacientes com infecção pelo HIV, em cerca de 5-10 vezes comparativamente à população HIV negativa. O FDG é um análogo da glicose, sendo verificado aumento da atividade glicolítica em processos tumorais. No entanto esse marcador tumoral é inespecífico, sendo observado acúmulo do radiofármaco em processos inflamatórios e infecciosos.
DESCRIÇÃO: G.A.R., 30 anos, encaminhado para realização de PET/CT pós tratamento para Linfoma de Hodgkin. O exame de controle terapêutico mostrou múltiplos linfonodos hipermetabólicos em sítios distintos daqueles observados pré-tratamento, esses últimos com normalização da atividade metabólica. O paciente encontrava-se assintomático e não informou sobre a sua condição de soropositivo para HIV.
DISCUSSÃO: As recidivas dos linfomas de Hodgkin geralmente estão associadas a reativação de sítios originalmente comprometidos. O surgimento de novas lesões, sem recidiva em sítios de foco primário, deve ser avaliada de maneira crítica, considerando-se a possibilidade da sobreposição de outra patologia, sobretudo de origem infecciosa. A análise crítica da fisiopatologia da doença e da história clínica do paciente são fundamentais para a interpretação correta dos achados.