Calcificações extra óssea pós-uso de injeção intramuscular de ade

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
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RELATO DE CASO: Calcificação extra óssea pós-uso de injeção intramuscular de ADE: o papel da Cintilografia Óssea com MDP-99mTc no diagnóstico e acompanhamento destes pacientes. Introdução: Temos intenção de mostrar o papel do estudo cintilográfico ósseo em patologias extra ósseas como a presença de calcificações após utilização de injeção intramuscular de ADE. Relato: J.C.S.G, 35 anos, masculino, com referência de perda ponderal (15 kg / 5 meses), cefaléia, prostração, febre intermitente, dor abdominal e discreta limitação de movimentos em membros superiores e inferiores. Informa uso de injeção intramuscular de preparação animal de vitaminas A, D e E em abril 2011 (administrado em membros superiores, inferiores e peitorais). A cintilografia óssea com MDP-99mTc evidenciou hiperemia e áreas de captações anômalas extra ósseas do radiotraçador em topografia muscular de braços, tórax, coxas e pernas (calcificações extra óssea). Biópsia muscular: músculos e partes moles adjacentes permeados por infiltrados inflamatórios linfoplasmocitário, com alguns eosinófilos e granulomas de corpo estranho circundados por áreas de calcificações. Discussão: O ADE é uma associação de vitaminas lipossolúveis A, D e E, criada originalmente para o uso em animais (equinos e bovinos), que tem ganhado importância entre fisioculturistas, está associada a diversas complicações locais e sistêmicas. O uso crescente mundial, inclusive no Brasil, de preparações oleosas intramusculares com intuito de aumentar volumetricamente a musculatura tem chamado a atenção da literatura médica e leiga. A ocorrência de calcificação extra óssea foi descrita pela primeira vez em 1883, por Reidel, sendo definida pela presença de osso em tecido mole. No inicio da doença o diagnóstico de calcificação extra óssea é difícil, pois os sinais e sintomas são inespecíficos. A cintilografia óssea é a modalidade mais sensível para detecção precoce desta alteração. A epidemiologia de sua ocorrência ainda não é conhecida, restringindo-se na maioria das publicações, em relatos de casos. Os efeitos colaterais descritos vão desde reações inflamatórias locais até óbito (embolia gordurosa). Calcificação e necrose hialina já foram relatadas. No entanto, a fisiopatologia da formação deste tecido ósseo ainda não é bem compreendida, podendo ser secundária à presença de vitamina D nessas formulações, assim como o produto final de reação inflamatória. O uso da cintilografia óssea com MDP-99mTc para o diagnóstico de calcificação extra óssea é bem documentada em diversas patologias, tem importância no diagnóstico, acompanhamento, permite detectar áreas clinicamente não evidentes de calcificação extra óssea, bem como avaliar a evolução deste processo.

Instituição: Nucleminas Medicina Nuclear / Nuclear Medcenter