Medidas dosimétricas de pulso e tornozelo para o transporte de nai- 131I na terapia com radioiodo quando realizada em local de internação fora do serviço de medicina nuclear

XXVI Congreso Brasileño de Medicina Nuclear 11 de octubre al 14 de octubre de 2012 Salvador de Bahía, Brasil
Publicidad

Introdução: Desde a década de 194O a administração de radioiodo vem sendo utilizada no tratamento de disfunções tireoidianas. Doses terapêuticas de iodeto de sódio (iodo-131) são administradas oralmente na forma de capsula ou liquida. Não há um consenso sobre a dose administrada, mas comumente apresentam atividades na faixa de 185 MBq a 1.110 MBq para tratamento de hipertireoidismo e 3,7 GBq a 5,5 GBq para ablação de remanescentes glandulares e atividades progressivamente maiores para o tratamento de metástases ganglionares, pulmonares ou ósseas. Conforme a legislação brasileira (CNEN-NN-3.05) doses superiores a 1.110 MBq implica na internação do paciente em um quarto pré estabelecido pela Norma acima citada até que este apresente uma taxa de dose equivalente inferior a 70 μSv/h, medida com um detector do tipo Geiger Müller ou espectral, a um metro de distancia do paciente. Isto é devido ao 131I emitir tanto partículas - (energia máxima de aproximadamente 807 keV) necessárias ao tratamento, como fótons gama de 364 keV.

Objetivo: O objetivo deste estudo foi estimar a dose equivalente absorvida pelo IOE nas extremidades: pulso e tornozelo, quando do transporte do radiofármaco NaI-131I, da sala quente (local de permanência do material), até o quarto de internação, e otimizar o transporte de maneira a diminuir, caso necessário, as doses recebidas durante esse percurso.

Materiais e Métodos: As medidas dosimétricas foram realizadas utilizando-se dosímetros do tipo TLD de leitura mensal presos ao pulso e ao tornozelo direito e de caneta dosimétrica de leitura instantânea presa a barra da calça junto ao tornozelo direito. Como blindagem adicional ao castelo de chumbo enviado pelo IPEN foi utilizada uma bolsa de borracha plumbífera (5mm) desenhada especialmente para transporte de material radioativo. À distância percorrida entre o quarto de internação e o Serviço de Medicina Nuclear é de aproximadamente 500 metros.

Resultados e Conclusões: No decorrer deste estudo 18 pacientes foram tratados com atividades entre 3,811 e 7,030 GBq num intervalo de 3 meses. O tempo médio para realizar o transporte foi de 8,4  1,8 min. O valor máximo de dose absorvida por mês observado, localmente na região de maior exposição (tornozelo), foi de 0,32 mSv. Supondo o pior cenário em que o mesmo IOE seja responsável por todos os transportes realizados no ano inteiro (12 meses) e, considerando ainda este caso de maior dose absorvida o IOE no final de um ano somaria um total de 4,416 mSv. Este valor corresponde a menos de 21% do valor limite anual estipulado pela CNEN para corpo inteiro e menos de 1% do valor estipulado para extremidades que é de 500 mSv/ano. Ao se confrontar os valores de dose extremamente baixos obtidos, com os limites estabelecidos verifica-se que não há nenhum tipo de risco para o IOE no transporte da dose de 131I, levando-se em conta o caso particular citado, podendo-se concluir que o transporte é feito de maneira segura e otimizada.