Diego Augusto Queijo

Introdução: O uso de radionuclídeos em medicina tem se tornado uma prática mais comum no Brasil, tanto para diagnóstico como para tratamento. Especialmente nas práticas com radionuclídeos emissores de alta energia são necessários cuidados mais específicos com a radioproteção dos profissionais ocupacionalmente expostos. A implementação de estratégias mais refinadas é fundamental para que todas as atividades relacionadas aos isótopos sejam executadas com maior segurança, seguindo o princípio ALARA. Objetivo: Avaliar se as propostas de radioproteção direcionadas a limitação da exposição dos indivíduos ocupacionalmente expostos são eficientes para a limitação das doses estabelecidas pela CNEN-NN-3.01 e para a otimização de um serviço com alto fluxo de procedimentos de medicina nuclear convencional, terapias com radioisótopos e PET/CT.
Materiais e Métodos:Como medidas de segurança radiológica e otimização, foram utilizadas novas blindagens (manipulação, seringa, transporte de material radioativo, dentre outras); implantação de um software de gestão da radioproteção com sistema de otimização para manipulação de materiais radioativos e informatização das quantidades de materiais radiativos em uso e da escala de pessoal para melhor distribuição da dosimetria; treinamentos periódicos de proteção radiológica e revisão constante dos procedimentos adotados. Foram utilizados dosímetros termoluminescentes para avaliar doses de corpo inteiro e de extremidades dos profissionais, separados por função, para verificar a validade das medidas de radioproteção implementadas durante o período de 2008 a 2011. Adicionalmente, planos específicos foram estabelecidos para a eventualidade de procedimentos com pacientes que tenham necessidades especiais. Resultados: Em relação ao ano de 2008 observou-se um aumento de 15%, 50% e 55%, nos exames de medicina nuclear convencional nos anos de 2009, 2010 e 2011, respectivamente; nestes mesmos anos, houve um aumento de 37%, 38% e 12% na atividade utilizada de 131-Iodo; nos exames de PET/CT, houve um aumento de 5% em 2009, redução de 5% em 2010 e aumento de 30% em 2011. Em 2008, a dose coletiva foi igual a 0,06 Sv.pessoa, nos anos de 2009, 2010 e 2011, as doses foram iguais a 0,06, 0,07 e 0,06 Sv.pessoa, respectivamente.
Conclusão: Apesar do aumento absoluto destes procedimentos e, portanto, uma maior probabilidade de exposição à radiação ionizante, as melhorias nos sistemas de blindagem, proteção radiológica e gestão informatizada mostraram-se eficazes para a manutenção da dosimetria, conforme foi verificado durante o período analisado.