Paola Emanuela Poggio Smanio

Introdução: já é conhecido que a doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de mortalidade em pacientes (p) portadores de insuficiência renal crônica (IRC). Estudos sugerem que a detecção precoce seguida por manuseio clínico adequado melhoram a sobrevida. Infelizmente, ainda não é estabelecido que portadores de IRC devam realizar de forma sistemática uma investigação precoce de isquemia e nem qual portador de IRC deveria ser avaliado. O valor diagnóstico da cintilografia miocárdica (CM) na investigação de isquemia já está estabelecido.
Objetivos: verificar a prevalência de alterações da perfusão miocárdica sugestivas de isquemia e fibrose em portadores de IRC não-dialítica, assintomáticos do porto de vista cardiovascular pela cintilografia de perfusão miocárdica (CM).
Métodos: foram avaliados prospectivamente pela CM com dipiridamol, 118 p assintomáticos, consecutivos, acompanhados por serem portadores de IRC não-dialítica entre 08/2009 e 08/2010. Nenhum era portador de DAC conhecida, sendo 80p do sexo masculino e com média de idade igual a 59 anos, 95% hipertensos, 40% diabéticos, 70% dislipêmicos e 50% tabagistas. A CM foi realizada pela técnica padrão de gated-SPECT sendo que todos realizam estímulo farmacológico com dipiridamol. Considerou-se presença de isquemia e fibrose se hipocaptação reversível e fixa do radiofármaco após o estresse farmacológico. Verificando-se, ainda, a magnitude dos achados perfusão se > ou < que 10%. Avaliaram-se, por regressão logística alguns fatores que poderiam estar associados à presença de alterações da perfusão neste grupo. A análise estatística foi realizada pelos testes do qui-quadrado de Pearson, T de Student e teste de Mann-Whitney, sendo considerados significativos valores de p 0,05.
Resultados: alterações na CM foram encontradas em 50 (42%)p, sendo que na análise dos fatores associados à maior extensão das alterações perfusionais o unico que mostrou-se signitivamente associado foi a presenca de diabetes, p=0,006.
Conclusão: os resultados obtidos sugerem, no grupo estudado, elevada prevalência de alterações da perfusão miocárdica em portadores de IRC não-dialítica mesmo sem sintomas CV. A CM sob estímulo farmacológico com dipiridamol mostrou-se de grande valor na avaliação deste grupo de pacientes. Diabetes foi, no grupo estudado, a unica variável associada com maior magnitude de alterações da perfusão.