Rodrigo Modesto Gadelha Gontijo

INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares é uma das principais causas de óbito em todo o mundo. A cintilografia de perfusão miocárdica (CPM) é um método diagnóstico não invasivo de essencial importância no manejo de pacientes coronariopatas, sendo procedimento mais prevalente na Medicina Nuclear. Permite avaliar o aporte sanguíneo para o músculo cardíaco, identificando isquemias e infartos, informações funcionais do ventrículo esquerdo, como fração de ejeção, motilidade e espessamento de paredes. A etapa de esforço da CPM pode ser realizada de duas maneiras: esforço físico em esteira ergométrica ou esforço farmacológico por administração venosa do Dipiridamol ou Adenosina. O esforço físico é o método de escolha, pois oferece informações quanto sintomas do paciente, capacidade funcional, análise ECG, resposta hemodinâmica e ainda proporciona melhor qualidade da imagem, visto maior absorção do Sestamibi-99mTC pela musculatura esquelética. O esforço farmacológico é utilizado quando pacientes apresentam limitações ortopédicas ou quando o exercício é contra indicado. O radiofármacos apresenta extração de primeira passagem pelo miocárdio inferior a 2% da dose, apresentando como principal via de eliminação o sistema hepatobiliar. No esforço farmacológico o radiofármaco apresenta pouca ou nenhuma absorção musculoesquelética elevando a concentração precoce do material no fígado e consequente aumento no intervalo entre injeção e aquisição da imagem. Acredita-se que o exercício isométrico com as mãos durante o esforço farmacológico pode elevar a atividade musculoesquelética, melhorar a qualidade da imagem cardíaca, reduzir os sintomas característicos do medicamento e obter melhor confiabilidade diagnóstica em menor tempo.
OBJETIVOS: Avaliar a aplicabilidade do esforço isométrico na etapa do esforço farmacológico da CPM, visando a melhoria da imagem cintilográfica. Analisando a redução do intervalo entre injeção e imagem, maior concentração do radiofármaco em musculatura esquelética e melhor relação alvo-fundo.
CASUÍSTICA E MÉTODOS: O estudo consiste em analisar etapa de esforço farmacológico de 90 CPMs. Sendo 60 sem a realização do esforço isométrico e 30 com a realização do esforço isométrico durante a infusão venosa do dipiridamol até a infusão do Sestamibi-99mTc (dose de 25 a 30mCi), totalizando 7 minutos. A dose do dipiridamol foi de 0,56mg/kg. Para a realização do esforço isométrico, foram utilizadas duas bolas fisioterápicas, uma em cada mão. Todas as CPM foram realizadas em duas etapas: repouso e esforço. O intervalo de espera entre injeção e aquisição da imagem variou de 1 a 2 horas.
RESULTADOS E CONCLUSÕES: Os resultados preliminares com esforço isométrico durante esforço farmacológico apontam melhor relação alvo-fundo nas imagens adquiridas. Observou-se também menor intervalo entre injeção e imagem por aumento no tempo de eliminação hepatobiliar, com melhora do campo de visão do miocárdio livre, otimizando o processamento das imagens e acurácia diagnóstica.